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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

«Para um renovado dinamismo missionário»

 
Papa Bento XVINa celebração eucarística de encerramento do Sínodo, neste domingo, 28 de Outubro, Bento XVI afirmou que «a Igreja tem o dever de evangelizar, de anunciar a mensagem da salvação aos homens que ainda não conhecem Jesus Cristo».
Na sua homilia, partindo do episódio da cura do cego Bartimeu, o Papa relacionou a situação do cego com a situação do homem que tem necessidade da luz da fé para caminhar pela estrada da vida: «Bartimeu não é cego de nascença, mas perdeu a vista: é o homem que perdeu a luz e está ciente disso, mas não perdeu a esperança. Num de seus escritos, Santo Agostinho interpreta Bartimeu como pessoa decaída duma condição de grande prosperidade e nos convida a refletir sobre o fato de que há riquezas preciosas na nossa vida que podemos perder e que não são materiais».
Acrescentou Bento XVI que «nesta perspectiva, Bartimeu poderia representar aqueles que vivem em regiões de antiga evangelização, onde a luz da fé se debilitou, e se afastaram de Deus. São pessoas que deste modo perderam uma grande riqueza, decaíram duma alta dignidade – não económica ou de poder terreno, mas a dignidade cristã –, perderam a orientação segura e firme da vida e tornaram-se, muitas vezes inconscientemente, mendigos no sentido da existência».
Frisou ainda que «são muitas as pessoas que precisam de uma nova evangelização, ou seja, de um novo encontro com Jesus, o Cristo, o Filho de Deus, que pode voltar a abrir os seus olhos e ensinar-lhes a estrada. A nova evangelização diz respeito a toda a vida da Igreja. Refere-se, em primeiro lugar, à pastoral ordinária que deve ser mais animada pelo fogo do Espírito a fim de incendiar os corações dos fiéis que frequentam regularmente a comunidade reunindo-se no dia do Senhor para se alimentarem de sua Palavra e do Pão de vida eterna».
Seguidamente o Papa sublinhou as três linhas pastorais que emergiram do Sínodo: «A primeira diz respeito aos sacramentos da iniciação cristã». A segunda é que «a nova evangelização está essencialmente ligada à missão ad gentes. A Igreja tem o dever de evangelizar, de anunciar a mensagem da salvação aos homens que ainda não conhecem Jesus Cristo». «Por isso, é preciso pedir ao Espírito Santo que suscite na Igreja um renovado dinamismo missionário, cujos protagonistas sejam, de modo especial, os agentes pastorais e os fiéis leigos. A globalização provocou um notável deslocamento de populações, pelo que se impõe a necessidade do primeiro anúncio também nos países de antiga evangelização».
A terceira linha pastoral, no entender de Bento XVI, diz respeito aos batizados que não vivem as exigências do Batismo: «Durante os trabalhos sinodais, foi posto em evidência que estas pessoas se encontram em todos os continentes, especialmente nos países secularizados. A Igreja dedica-lhes uma atenção especial, para que encontrem de novo Jesus Cristo, redescubram a alegria da fé e voltem à prática religiosa na comunidade dos fiéis. Para além dos métodos tradicionais de pastoral, sempre válidos, a Igreja procura lançar mão de novos métodos, valendo-se também de novas linguagens, apropriadas às diversas culturas do mundo, para implementar um diálogo de simpatia e amizade que se fundamenta em Deus que é Amor».

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Seguindo o ciclo de catequeses que anunciou na quarta-feira passada pela ocasião do Ano da Fé, o Papa Bento XVI dedicou a audiência geral desta manhã a responder à pergunta: O que é a fé?

Diante dos 30 mil fiéis reunidos na Praça de São Pedro que ainda exibe as imagens dos 7 novos Santos canonizados no domingo, o Santo Padre disse que "hoje queria refletir com vocês sobre o elementar: o que é a fé? Tem sentido a fé em um mundo onde a ciência e a tecnologia abriram novos horizontes até recentemente impensáveis? O que significa acreditar hoje em dia?"

"De fato, no nosso tempo é necessária uma renovada educação para a fé, que inclua um certo conhecimento das suas verdades e dos eventos da salvação, mas que sobretudo nasça de um verdadeiro encontro com Deus em Jesus Cristo, de amá-lo, de confiar Nele, de modo que toda a vida seja envolvida".

Falando dos diversos desafios que apresenta o mundo atual e que geram uma espécie de "deserto espiritual", Papa ressaltou que apesar dos avanços da ciência, "hoje o homem não parece tornar-se verdadeiramente livre, mais humano; permanecem tantas formas de exploração, de manipulação, de violência, de abusos, de injustiça...Um certo tipo de cultura, então, educou a mover-se somente no horizonte das coisas, do factível, a crer comente no que se vê e se toca com as próprias mãos".

“Por outro lado, porém, cresce também o número daqueles que se sentem desorientados e, na tentativa de ir além de uma visão somente horizontal da realidade, estão dispostos a crer em tudo e no seu contrário. Neste contexto, surgem algumas perguntas fundamentais, que são muito mais concretas do que parecem à primeira vista: que sentido tem viver? Há um futuro para o homem, para nós e para as novas gerações? Em que direção orientar as escolhas da nossa liberdade para um êxito bom e feliz da vida? O que nos espera além do limiar da morte?"

“Destas perguntas insuprimíveis, aparece como o mundo do planejamento, do cálculo exato e do experimento, em uma palavra o saber da ciência, embora importante para a vida do homem, sozinho não basta. Nós precisamos não somente do pão material, precisamos de amor, de significado e de esperança, de um fundamento seguro, de um terreno sólido que nos ajuda a viver com um senso autêntico também nas crises, na escuridão, nas dificuldades e nos problemas cotidianos”.

A fé, definiu o Pontífice “é um confiante confiar em um “Tu”, que é Deus, o qual me dá uma certeza diversa, mas não menos sólida daquela que me vem do cálculo exato ou da ciência".

A fé, prosseguiu o Santo Padre "um simples consentimento intelectual do homem e da verdade particular sobre Deus; é um ato com o qual confio livremente em um Deus que é Pai e me ama; é adesão a um “Tu” que me dá esperança e confiança".

"Certamente esta adesão a Deus não é privada de conteúdo: com essa sabemos que Deus mesmo se mostrou a nós em Cristo, fez ver a sua face e se fez realmente próximo a cada um de nós. Mais, Deus revelou que o seu amor pelo homem, por cada um de nós, é sem medida: na Cruz, Jesus de Nazaré, o Filho de Deus feito homem, nos mostra do modo mais luminoso a que ponto chega este amor, até a doação de si mesmo, até o sacrifício total".

Bento XVI explicou que "com o Mistério da Morte e Ressurreição de Cristo, Deus desce até o fundo na nossa humanidade para trazê-la de volta a Ele, para elevá-la à sua altura. A fé é crer neste amor de Deus que não diminui diante da maldade do homem, diante do mal e da morte, mas é capaz de transformar cada forma de escravidão, dando a possibilidade da salvação".

“Penso que deveríamos meditar mais vezes – na nossa vida cotidiana, caracterizada por problemas e situações às vezes dramáticas – sobre o fato de que crer de forma cristã significa este abandonar-me com confiança ao sentido profundo que apoia a mim e ao mundo, aquele sentido que nós não somos capazes de dar, mas somente de receber como dom, e que é o fundamento sobre o qual podemos viver sem medo. E esta certeza libertadora e tranquilizante da fé, devemos ser capazes de anunciá-la com a palavra e de mostrá-la com a nossa vida de cristãos", refletiu o Papa Bento.

O Papa disse que a recusa ou o rechaço das pessoas no mundo hoje não deve desalentar o apostolado dos fiéis: "Como cristãos, somos testemunhas deste terreno fértil: a nossa fé, mesmo nas nossas limitações, mostra que existe a terra boa, onde a semente da Palavra de Deus produz frutos abundantes de justiça, de paz e de amor, de nova humanidade, de salvação. E toda a história da Igreja, com todos os problemas, demonstra também que existe a terra boa, existe a semente boa, e dá fruto".

“A fé é dom de Deus, mas é também ato profundamente livre e humano. O Catecismo da Igreja Católica o diz com clareza: “É impossível crer sem a graça e os auxílios interiores do Espírito Santo. Não é, portanto, menos verdade que crer é um ato autenticamente humano. Não é contrário nem à liberdade e nem à inteligência do homem” (n. 154). Na verdade, as implica e as exalta, em uma aposta de vida que é como um êxodo, isso é, uma saída de si mesmo, de suas próprias seguranças, de seus próprios pensamentos, para confiar na ação de Deus que nos indica o seu caminho para conseguir a verdadeira liberdade, a nossa identidade humana, a alegria verdadeira do coração, a paz com todos”, afirmou.

Terminando sua alocução o Papa sublinhou que “Crer é confiar com toda a liberdade e com alegria no plano providencial de Deus na história, como fez o patriarca Abramo, como fez Maria de Nazaré”.

“A fé, então, é um consentimento com o qual a nossa mente e o nosso coração dizem o seu “sim” a Deus, confessando que Jesus é o Senhor. E este “sim” transforma a vida, a abre ao caminho para uma plenitude de significado, a torna então nova, rica de alegria e de esperança confiável”.

“Caros amigos, o nosso tempo requer cristãos que foram apreendidos por Cristo, que cresçam na fé graças à familiaridade com a Sagrada Escritura e os Sacramentos. Pessoas que sejam quase um livro aberto que narra a experiência da vida nova no Espírito, a presença daquele Deus que nos sustenta no caminho e nos abre à vida que nunca terá fim”, concluiu.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012


O ANO DA FÉ EXPLICADO ÀS CRIANÇAS

Criança – Há dias ouvi dizer que começou o Ano da Fé. O que é isso?

Adulto – O Ano da Fé é um tempo em que o Papa propõe, a toda a Igreja, para incentivar os cristãos a conhecerem melhor as razões da sua fé.

Criança – E porquê?

Adulto – Porque o Papa tem consciência de que muitas pessoas puseram Deus de lado e por isso não são felizes.

Criança – Também na minha escola já há muitos colegas que não vão à catequese, não frequentam as aulas de Moral, nunca falam de Deus e vivem como se Ele não existisse.

Adulto – Estás a ver como é preciso dizer às pessoas todas e, sobretudo aos adultos, aos pais, aos avós, aos padrinhos, aos irmãos mais velhos, que Deus nos ama muito, está connosco cada dia e quer que vivamos felizes.

Criança – É verdade, também eu me esqueço de Deus Pai, de Jesus e do Espírito Santo. Então, este ano, tenho possibilidade de crescer no conhecimento do Amor de Deus por toda a humanidade?

Adulto – Isso mesmo! Vejo que estás a compreender que o Ano da Fé é uma oportunidade para descobrir a alegria de acreditar em Deus e de encontrar a melhor forma de falar d’Ele às pessoas. O nosso Bispo, sabes como ele se chama?

Criança – Sei, é o Senhor D. Virgílio.

Adulto – Pois, o nosso Bispo escreveu uma carta a todos nós, a propósito do Ano da Fé, que tem como título: “A ALEGRIA DE CRER E O ENTUSIASMO DE COMUNICAR A FÉ”.

Criança – Uma carta escrita pelo Senhor Bispo para nós, deve ser interessante.

Adulto – Sabes, é que tal como o Papa também o nosso Bispo quer dizer a todos que “quem acredita em Jesus Cristo tem razões para viver alegre e feliz” (cfr carta Pastoral, pág 17).

Criança – E como vamos poder crescer no conhecimento de Jesus Cristo e na união com Ele?

Adulto – Ainda bem que fizeste essa pergunta. A Diocese programou vários momentos de oração, de estudo e de reflexão para conhecermos melhor Jesus Cristo e o seu Evangelho. São propostas interessantes e variadas para atingirem grande número de pessoas.

Criança – Há iniciativas para todos?

Adulto – Sim, para todas as idades: momentos de estudo e de reflexão, celebrações e tempos de oração na comunidade e na família. Um ano em cheio, para professar a nossa fé e poder dizer com toda a convicção o “CREDO”  isto é: “EU CREIO”

Criança - E nós, os mais novos, o que podemos fazer?

Adulto – Compreender a catequese e a Missa de Domingo como um encontro com o Senhor Jesus. Para isso é muito importante não faltar e participar com alegria e interesse.

Criança – Vamos a isso.

Adulto – Vamos, ó Jesus, podes contar connosco.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Diocese de Santiago de Cabo Verde
Acção pastoral para o Ano da Fé
LEMA: Promover, celebrar e transmitir com alegria a fé em Jesus Cristo

Considerações iniciais
A Diocese de Santiago de Cabo Verde está profundamente unida e grata ao Santo Padre Bento XVI por proclamar o Ano da Fé, que começa hoje, dia 11 de outubro, no quinquagésimo aniversário da abertura do Concílio Ecuménico Vaticano II, e terminará aos 24 de novembro de 2013, Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo.
Estando o nosso país a viver os efeitos de um mundo globalizado, com transformações sociais, culturais e económicas significativas; sendo evidente que o secularismo e o individualismo têm provocado alterações na estrutura de valores sociais e espirituais da nossa sociedade, o Bispo e os sacerdotes em missão nesta Diocese sentiram-se de novo interpelados e enviados por Jesus Cristo a ser instrumentos de fé, de vida e de esperança para todos.
Juntos queremos viver o Ano da fé como uma ocasião propícia para que os fiéis renovem a sua relação pessoal com Jesus Cristo, e para propor aos não crentes o encontro com Jesus, Salvador da Humanidade.
Neste sentido, e querendo dar a nossa colaboração na obra da renovação espiritual do nosso país, estivemos reunidos nos dias 10 e 11 deste mês, para traçarmos os objectivos e as acções que dinamizem a fé e dêem razões de esperança para todos neste Ano Santo.
Objectivos Gerais
- Favorecer a alegre redescoberta, a purificação e o testemunho renovado da fé em Jesus Cristo;
- Partilhar com todos aquilo que o cristão tem de mais precioso: Cristo Jesus,“autor e consumador da fé” (Heb 12, 2).

Objectivos específicos
1º Propor, reavivar e purificar a fé em Cristo enquanto encontro com uma Pessoa e não uma mera crença.
2º Apostar na formação dos fiéis leigos para o aprofundamento da fé católica (com base na Bíblia e nos textos do Magistério da Igreja) e na promoção de experiências marcantes de fé.
3º Propor com entusiasmo e alegria o encontro com Cristo Salvador aos não crentes e aos indiferentes, enquanto caminho de realização humana e de Salvação eterna.
4º Formar nos fiéis, em especial nas Famílias cristãs, a consciência missionária, isto é, viver e transmitir com entusiasmo, a própria experiência de fé através do diálogo criativo, mormente com o mundo académico, da arte, da cultura e da comunicação social.
ACÇÕES PASTORAIS PRIORITÁRIAS
A nível diocesano
1. Abertura do Ano da Fé e uma solene conclusão do mesmo para professar a fé no Senhor Ressuscitado na nossa Pro-Catedral.
2. Sessões de Formação sobre o Catecismo da Igreja Católica
3. Carta pastoral do Bispo diocesano sobre temas da fé e suas implicações na vida pessoal, familiar e social.
4. Organizar debates, simpósios, e tertúlias destinados a quantos estão em busca de um sentido para a vida, com a finalidade de apresentar a beleza da fé em Jesus Cristo.
5. Que o Secretariado Diocesano da Catequese e a Escola de Formação Cristã providenciem formação de Formadores no que diz respeito aos conteúdos específicos da fé.
6. Programar Formação para o clero com base nos Documentos do Concílio Vaticano II e no Catecismo da Igreja Católica.
7. Promover a mensagem cristã em todos meios de comunicação social.
A nível das paróquias

1.      Usar, quanto possível, os meios de comunicação social, e produzir folhas paroquiais, e desbobráveis etc, para uma catequese sistemática e orgânica sobre a fé.
2.      Visita às famílias para momentos de partilha da fé (oração, estudo bíblico...)
3.      Valorizar e organizar celebrações penitenciais comunitárias, dando a cada um a oportunidade de um encontro pessoal com o Deus que perdoa.
4.      Incentivar a celebração litúrgica da fé, com dignidade e beleza, em especial a Eucaristia, e valorizar outros sacramentos com maior participação do povo.
5.      Valorizar os sacramentais (bênçãos das casas, dos carros, etc.) e outras oportunidades para apresentar e incentivar a vivência da fé cristã.
6.      Formar os catequistas com a riqueza doutrinal do Catecismo da Igreja Católica.
7.      Empenho na difusão e estudo organizado da Bíblia, do concílio Vaticano II, do Catecismo da Igreja Católica, do youcat, livros sobre seitas e de outros subsídios formativos destinados à família.
8.      Empenho dos padres e dos membros dos Institutos de Vida Consagrada, a partir do próprio carisma, na nova evangelização, através do contacto e atendimento pessoal, familiar e momentos informais para falar da fé.
9.      Promover peregrinações a lugares evocativos da fé, dentro e fora  do país. A nível interno, valorizar os lugares habituais de romarias.
10.  Rezar o Credo nos encontros de grupos e em família.
11.  Visitar a Igreja paroquial e a Pia Baptismal para recordar o dom da fé e professá-la individual e comunitariamente.
12.  Promover momentos celebrativos ou ´Festivais da fé´ que incluam música, teatro e outras manifestações artísticas, enriquecidas com a apresentação de vídeos sobre actividades de evangelização e o recurso às novas tecnologias de comunicação.
Finalmente, queremos reafirmar que:
A fé “é companheira de vida, que permite perceber, com um olhar sempre novo, as maravilhas que Deus realiza por nós e obriga cada um de nós a tornar-se sinal vivo da presença do Ressuscitado no mundo”. (Cf. Bento XVI, Carta Apostólica Porta fidei, nº 15).
Como vossos irmãos na fé e animadores pastorais, apelamos a que reaviveis a chama da fé recebida no baptismo e a testemunheis comunitariamente, como dom de Deus. Aos homens e mulheres de boa vontade, exortamos a que estejam abertos a acolher Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida.

Praia, 11 de Outubro de 2012

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Indulgência plenária no ano da fé
Anunciado para começar em 11 de outubro de 2012 e durar até o dia 24 de novembro de 2013
CIDADE DO VATICANO,sexta-feira, 5 de outubro de 2012 (ZENIT.org) - O Santo Padre Bento XVI concederá a indulgência plenária aos fiéis durante o Ano da Fé, a qual é válida a partir da data de abertura (11 de outubro de 2012) até a data de encerramento (24 de novembro de 2013), conforme consta em decreto tornado público hoje, com a assinatura do cardeal Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor, e do bispo Krzysztof Nykiel, regente da Penitenciaria Apostólica. Apresentamos a notícia divulgada hoje pelo Serviço de Informação do Vaticano.
"No dia do cinquentenário da abertura solene do concílio Vaticano II”, lê-se no decreto, “o Sumo Pontífice Bento XVI estabeleceu o início de um ano especialmente dedicado à profissão da verdadeira fé e à sua correta interpretação, através da leitura, ou melhor, da meditação piedosa dos Atos do Concílio e dos artigos do Catecismo da Igreja Católica".
"Uma vez que se trata principalmente de desenvolver a santidade de vida no mais alto grau possível nesta terra, e de conquistar assim o mais alto grau de pureza da alma, será de muita valia o grande dom das indulgências, que a Igreja, em virtude do poder conferido a ela por Cristo, oferece a todos aqueles que, com as disposições necessárias, satisfazem os requisitos especiais para alcançá-las".
"Ao longo de todo o Ano da Fé, anunciado para começar em 11 de outubro de 2012 e durar até findo o dia 24 de novembro de 2013, poderão ganhar a indulgência plenária da pena temporal pelos próprios pecados, concedida pela misericórdia de Deus, aplicável em sufrágio às almas dos fiéis defuntos, todos os fiéis verdadeiramente arrependidos, devidamente confessados, em comunhão sacramental, que rezarem pelas intenções do Sumo Pontífice:
a) Sempre que participarem de pelo menos três momentos de pregação durante as Santas Missões, ou de pelo menos três palestras sobre os atos do concílio Vaticano II e sobre os artigos do Catecismo da Igreja Católica, em qualquer igreja ou local adequado;
b) Sempre que visitarem, na forma de peregrinação, qualquer basílica papal, uma catacumba cristã, uma catedral, um lugar sagrado designado pelo ordinário local para o Ano da Fé (por exemplo, entre as basílicas menores e os santuários dedicados à Santíssima Virgem Maria, aos santos apóstolos e aos santos padroeiros) e ali participarem de qualquer função sagrada ou, pelo menos, dedicarem um tempo adequado de recolhimento para orar e meditar piedosamente, terminando com a oração do pai-nosso, o credo em qualquer forma legítima, as invocações à Virgem Maria e, conforme o caso, aos santos apóstolos ou padroeiros;
c) Sempre que, nos dias determinados pelo ordinário local para o Ano da Fé (por exemplo, nas solenidades do Senhor, da Santíssima Virgem Maria, nas festas dos santos apóstolos e padroeiros, na Cátedra de São Pedro), assistirem, em qualquer lugar sagrado, a uma celebração solene da eucaristia ou à liturgia das horas, acrescentando a profissão de fé em qualquer forma legítima;
d) um dia, livremente escolhido, durante o Ano da Fé, para a visita piedosa do batistério ou de outro local em que tenham recebido o sacramento do Batismo, desde que renovem as suas promessas batismais em qualquer fórmula legítima.
Os bispos diocesanos ou eparquiais, e aqueles que no direito são equiparados a eles, no dia mais apropriado deste tempo, em ocasião da celebração principal (por exemplo, 24 de novembro de 2013, Solenidade de Cristo Rei, com a qual será encerrado o Ano da Fé), poderão conceder a bênção papal com a indulgência plenária, que pode ser obtida por todos os fiéis que devotamente a receberem.
O decreto termina recordando que todos os fiéis que, "devido a razões de doença ou por causa de graves motivos", não puderem sair de casa, poderão ganhar a indulgência plenária "se, unidos em espírito e em pensamento com os fiéis presentes, particularmente nos momentos em que as palavras do Sumo Pontífice ou dos bispos diocesanos forem transmitidas pela televisão ou pelo rádio, recitarem o pai-nosso em sua casa ou no local onde se acharem devido aos motivos de força maior que ali os retêm, bem como ainda recitarem a profissão de fé em qualquer forma legítima e as outras orações conformes com os objetivos do Ano da Fé, fazendo oferecimento dos seus sofrimentos e das dificuldades da própria vida.
"A Nova Evangelização é uma nova missionariedade na Igreja"
Dom Benedito Beni dos Santos na XIII Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos
Por Maria Emília Marega
CIDADE DO VATICANO, domingo, 07 de outubro de 2012(ZENIT.org) – Após a concelebração de inauguração da XIII Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que tem como tema: A Nova Evangelização para transmissão da fé cristã, diante da Basílica de São Pedro, ZENIT conversou com Dom Benedito Beni dos Santos, da diocese de Lorena, Bispo nomeado pelo Papa para representar o episcopado brasileiro na Assembléia.
ZENIT: Qual é a contribuição da Igreja do Brasil para este Sínodo?
Dom Beni: A Nova Evangelização caminha bem no Brasil de um modo especial através da Missão Permanente da Igreja e das Novas Comunidades e Movimentos. Creio que este Sínodo vai reunir todas as experiências de Nova Evangelização que existe na Igreja e vai fornecer ao Santo Padre um material extenso e profundo para que ele possa elaborar em sua carta Post Sinodal um projeto de Nova Evangelização.
ZENIT: Como será a participação do senhor durante a Assembléia?
Dom Beni: Cada Bispo presente no Sínodo faz uma intervenção que deve durar apenas 05 minutos na Assembléia Geral, depois, existe a contribuição que cada Bispo dá na reflexão feita por diversos grupos separados por língua. Na minha intervenção pretendo mostrar que a Nova Evangelização é uma nova missionariedade na Igreja, portanto, não envolve um grupo de especialistas, mas todos os batizados. A seguir, eu pretendo mostrar também como a Nova Evangelização já caminha na América Latina através da Missão Permanente e no Brasil através, sobretudo, dos Movimentos e Novas Comunidades.
ZENIT: Qual é o papel do leigo no contexto da Nova Evangelização?
Dom Beni: Os leigos exercem um protagonismo na Nova Evangelização, basta recordar que os leigos estão engajados na Missão Permanente da Igreja, os leigos são membros dos Movimentos e Novas Comunidades. Existem espaços na sociedade onde o bispo não consegue chegar, nem o padre, mas os leigos estão presentes no dia a dia, através do seu trabalho, de suas atividades.
ZENIT: Como este protagonismo acontece na prática?
Dom Beni: Em primeiro lugar como testemunho do Evangelho os leigos já evangelizam todos os espaços das cidades. É claro que, um projeto de Nova Evangelização deve ser uma coisa planejada, deve envolver a preparação dos leigos para que possam exercer a missão da Igreja. Sobretudo a família tem um papel muito importante na evangelização, os pais são os primeiros evangelizadores dos filhos, então, o pai e a mãe precisam ser catequistas; a família deve também ser evangelizadora de outras famílias.
A preparação do leigo...
A Igreja tem trabalhado muito nesse sentido, mas creio que o Sínodo irá trazer uma nova contribuição no plano teórico, e também no plano da experiência, da vivência. O Brasil também está se preparando bem para o Ano da fé, sobretudo está se difundindo muito a doutrina do Concilio Ecumênico Vaticano II. Eu mesmo, antes de vir para Roma, dei diversas conferências, cursos e retiros sobre os textos do Concílio Vaticano II.
O Concilio Vaticano II...
O Concilio Ecumênico Vaticano II foi realizado para renovação da Igreja e essa renovação não se faz em 50 anos, são necessários muitos anos, então, eu acredito que a retomada do espírito e do ensinamento do Vaticano II nesse momento é muito importante para toda a Igreja e o catecismo é um dos frutos principais deste Concílio.
O Catecismo da Igreja Católica...
O catecismo não é simplesmente um livro religioso, nem é um manual de teologia. O catecismo é o documento da fé, mostra aquilo que a Igreja crê e aquilo que cada um de nós deve crê porque a nossa fé é transmitida pela Igreja; é feito de tal modo que motiva a pessoa a viver a fé. Então, o conhecimento do catecismo da Igreja Católica é um dos objetivos do Ano da fé e vai contribuir muito para o aprofundamento e o fortalecimento da fé e também para que a Igreja possa cumprir bem a sua missão de Evangelizar.
ZENIT: Dizem que agora é o momento da América Latina evangelizar a Europa. O que o senhor poderia dizer sobre isso?
Dom Beni: É claro que a evangelização precisa de agentes e na América Latina nós temos muita gente trabalhando na evangelização. Existe um florescimento das vocações para o sacerdócio, para a vida religiosa, para as Novas Comunidades e Movimentos. Enquanto isso, a Europa está envolvida em um processo muito grande de secularização, as vocações estão se tornando raras. Acredito que neste sentido missionário, de trazer para a Europa missionários leigos, consagrados, e até mesmo presbíteros, a América Latina pode contribuir para a missão da Igreja na Europa.
EXCELENTE ACTIVIDADE PARA O ANO DA FÉ

Ao finalizar a santa missa celebrada na Praça de São Pedro, por causa da proclamação de São João de Ávila e de Santa Hildegarda de Bingen como doutores da Igreja e da abertura da XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, o santo padre Bento XVI falou aos fieis antes da oração do Ângelus.
Enfatizou especialmente a festa da Virgem do Rosário que a Igreja Universal celebra hoje, pedindo que todos os fieis valorizem mais a oração do santo rosário durante o próximo Ano da Fé, que será inaugurado por ele mesmo nesta quinta-feira, 11 de outubro.
"Com o Rosário - disse o Papa – nos deixamos guiar por Maria, modelo de fé, na meditação dos mistérios de Cristo, para que a cada dia, possamos assimilar o Evangelho, de tal forma que modele toda a nossa vida”.
Ele lembrou que, há dez anos, o agora Beato João Paulo II assinou a Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, convocando os fiéis -  em continuidade com o seu antecessor - "a rezarem o terço pessoalmente, em família e em comunidade, participando da escola de Maria, que nos leva a Cristo, centro vivo da nossa fé".